Wednesday, April 05, 2006

A alegria que sinto, e que outros questionam****

Esta é uma história verdadeira
Da minha vida guerreira
E plena de felicidade.
Venci mais um combate
Um sentimento invade o meu coração
E de repente, perigo iminente
O inimigo aproxima-se
E o súbito sentimento se esconde
Voltei ao estado de agonia
Preparo agora outra guerra
Que travo com o Desconhecido
Quem é o tal desconhecido
Um adeversário enraivecido?
-Não. Ponde calma nos vossos pensamentos
Por que este guerreiro de tormentos
É nada mais nada menos
Do que os maus momentos que passo
Aquando da escassez
Da minha imaginação.
Mas, depois desta batalha
Á qual dei tréguas ao inimigo,
O sentimento repentino
Saíu da sua toca
Entrou, abriu a porta
Do meu coração impaciente
Fiquei alegre de repente
E nas ruas passava cantando
Brincando, falando e pensando
O porquê de súbita alegria
Que misturada com folia
De certo descrevia
Aquilo que sentia
Naquele preciso momento.
Questionam-se as gentes
O porquê de tal sorriso nos dentes
Que se fazia notar naquele dia
Em que palavras inteligentes
sobrevoavam a minha mente.


Pedro Nuno 2006-04-5
(Para mim o melhor poema que escrevi até hoje)

O meu poema preferido ( Fantástico) absolutamente_ Fantástico******

Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
E a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
Com tão estranha leveza,
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento com certeza.
Fui ver.
A neve caía Do azul cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
-Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho,
Passa gente e, quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
Da pobre gente que avança,
E noto, por entre os mais,
Os traços miniaturais
Duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
A neve deixa inda vê-los,
Primeiro, bem definidos,
Depois, em sulcos compridos,
Porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?!..
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
Uma funda turbação
Entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração.

sem palavras