Saturday, May 27, 2006

ROCK IN RIO 2006

Rock in Rio recebe mar de gente

Cristiano Pereira

Tal como se previa, o primeiro dia do festival Rock In Rio foi um estrondoso sucesso no que concerne à adesão de público. À hora do fecho desta edição,o cenário frente ao palco principal permitia uma conclusão a quantidade de público superava o dia mais concorrido da edição de 2004 - o dia de Sting, com 70 mil. E, mais impressionante ainda, não parava de entrar gente. Crê-se, portanto, que estavam mais de 80 mil pessoas...O público era esmagadoramente teenager com particular relevância para o contingente feminino com penteados arrojados e aerodinâmicos, onda "Morangos com açúcar" - aliás, no recinto nem sequer falta um salão de cabeleireiro de Lúcia Piloto.Antes disso, no relvado frente ao palco principal descortinavam-se dois jovens em exercícios de yoga. Tudo seria normal não estivessem eles frente a uma barulheira descomunal libertada pelas colunas do palco. Yoga ao som de rock FM? "É um bocado difícil", admitiu Tiago Carvalho, o instrutor em serviço para orientar os eventuais interessados em meditação, exercícios respiratórios ou "limpeza e tonificação orgânica".Musicalmente falando, dir-se-á que o primeiro concerto do festival poderia ter sido melhor. Foi no palco Hot Stage, decorado com grafitis, que tudo começou com a actuação dos portugueses Room 74. Não se percebe se a banda se leva a sério ou se tudo aquilo não passa de uma caricatura - o vocalista, chapéu texano e movimentos pélvicos, esforça-se por esganiçar algo que acompanhe um ritmo funk de uma banda que mais não representa do que uma pálida cópia de um artista que mais tarde actuaria no palco principal Jamiroquai. O problema dos Room 74 é o mesmo de 90% das novas bandas nacionais: em vez de criarem algo novo, limitam-se a tentar copiar, e mal, o que nos chega lá de fora.Mais aplaudidos foram os rapazes que se lhes seguiram os Fingertips. O cantor ainda conseguiu levantar muitos dos corpos não obstante ter concorrência forte minutos depois, no palco principal, com a épica entrada dos D'ZRT. "Façam barulho!", gritou um dos quatro rapazes do quarteto de bailarinos, cantores e acrobatas. Entre saltos mortais, rodopios e uma espécie de hip-pop-rock, a espécie de boysband apelou a uma revolução qualquer e cantou, também, sobre "Um caminho a seguir". Particularmente aplaudida foi a parte em que um deles, aquele mais moreno, virou o traseiro para o povo e moveu as nádegas numa trepidação sísmica que desencadeou na multidão um efeminado ruído agudo.

in Jornal de Notícias ( http://jn.sapo.pt/2006/05/27/primeiro_plano/rock_rio_recebe_de_gente.html)

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